Processo de tratamento e desinfecção da água potável
Para que a água seja considerada potável, deve-se atender aos padrões estabelecidos pela Portaria GM/MS n° 888/21 para parâmetros físicos (Cor e Turbidez), químicos (Cloro Livre e pH), microbiológicos (Contagem de Bactérias Heterotróficas, Coliformes Totais e Escherichia coli), organolépticos (Sabor, Odor e Aspecto), cianobactérias/cianotoxinas e radioatividade.
Para isso, a água passa por um tratamento realizado nas ETAs - Estações de Tratamento de Água - que consiste em um conjunto de processos fisico-químicos para que a água adquira condições adequadas para ser consumida.
Há 5 etapas essenciais para o tratamento da água: Coagulação/Floculação, Decantação, Filtração, Desinfecção, Correção de pH, Fluoretação. Se esse processo é suficiente, ou se são necessários procedimentos complementares, irá depender da qualidade da água bruta. A Figura a seguir apresenta a sequência do tratamento.
Fonte: Sanep
O tratamento da água inicia logo na captação, onde ela passa por um sistema de gradeamento que retém sólidos de grande volume e recebe agentes oxidantes e carvão ativado, para auxiliar na remoção de matéria orgânica, gosto e odor e oxida metais.
Ao chegar na ETA, agentes coagulantes (sulfato de ferro e alumínio ou cloreto férrico) são adicionados à água para desestabilizar as partículas de sujeira formando coágulos, que se tornarão flocos pesados na Floculação, e sedimentação por gravidade, na Decantação.
Mesmo depois dessas etapas, a água ainda contém impurezas e precisa passar por filtros constituídos por camadas de areia ou antracito, suportadas por cascalho de diversos tamanhos, e ainda, em alguns casos, carvão ativado.
A água está limpa, mas ainda receberá agentes desinfetantes, como cloro, hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio para eliminar microrganismos prejudiciais à saúde.
Para corrigir o pH das etapas do processo, são adicionados agentes alcalinizantes (cal, carbonato de sódio).
E, finalmente, a água é fluoretada (ácido fluorsilícito) atendendo a Portaria do Ministério da Saúde de 1974, para prevenção e redução de cárie na população.
Concluído o processo de tratamento, a água é armazenada em reservatórios e depois, por meio de redes de distribuição e estações de bombeamento, é distribuída aos consumidores.
A água utilizada para o consumo deve estar isenta de microrganismos patogênicos, pois tais organismos podem causar diversas doenças como diarreia, hepatite, leptospirose, esquistossomose, verminose, cólera, entre outras. Estima-se que apenas 30 % da população brasileira tenha acesso a água tratada, fazendo com que doenças causadas pela falta de saneamento custem aos cofres públicos aproximadamente R$ 100 milhões todos os anos.