Situação da água no Brasil e no mundo

 21/04/2023

Situação da água no mundo

A água é um recurso natural e renovável, essencial e insubstituível para a manutenção da vida animal e de plantas. Estima-se que apenas 2 % da água disponível no planeta seja ideal para o consumo humano. A água não está limitada às fronteiras políticas dos países, porém 60 % da água doce concentra-se em poucos países como Brasil, Rússia, Estados Unidos, Canadá, Indonésia, Índia, China, Colômbia e Congo. A disponibilidade desse recurso associada à densidade populacional faz com que a distribuição desse bem seja desigual em diversas regiões do globo. As Américas, em sua totalidade, possuem 41 % de todos os recursos hídricos disponíveis, seguido de Ásia (30 %), África (10 %), Europa (7 %), Oceania (5 %) e Antártida (5 %).

Apesar de se tratar de um recurso em abundância, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 10 % da população mundial não dispõe da quantidade mínima de água potável por dia para o consumo. Embora o acesso equitativo à água potável segura e financeiramente acessível integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU como objetivo 6 “Água Potável e Saneamento”. Dentre as metas, o item 6.1 prevê que até 2030 seja alcançado o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos. Esse indicador é monitorado através de “serviços de água para consumo humano gerenciados de forma segura”.

Razões econômicas, estruturais e sociais determinam a distribuição do consumo de água em todo mundo. De modo geral, a irrigação na agricultura é o setor econômico que mais consome esse recurso hídrico, seguido da indústria, cujo uso se dá por incorporação nos produtos, geração de energia, limpeza, instalação e resfriamento de equipamentos. Porém, as proporções de uso entre os setores podem variar de acordo com o grau de desenvolvimento de cada país. Cada finalidade de uso pode afetar a qualidade e quantidade das águas. Logo, é imprescindível o planejamento desse recurso para não prejudicar seu uso ou a vida dos que dela dependem. No gráfico a seguir, a distribuição do consumo da água em (a) países desenvolvidos e (b) em desenvolvimento de acordo com o setor econômico.

Situação da Água no Brasil

A segurança hídrica se refere à disponibilidade de água de qualidade e em quantidade para suprir as necessidades humanas e econômicas e a conservação do ecossistema, sendo fundamental para um desenvolvimento sustentável. Alguns fatores que podem ameaçar a segurança hídrica são o crescimento populacional desordenado, as mudanças climáticas, os eventos hidrológicos extremos, a ausência de planejamento e o investimento na infraestrutura hídrica e no saneamento. O Brasil é um país caracterizado por grande diversidade climática, de ecossistemas e de uso e ocupação da terra, o que resulta em desafios para o estabelecimento de indicadores de segurança hídrica.

Como a água não se limita às fronteiras geográficas dos países, grande parte da superfície terrestre é formada por bacias hidrográficas de rios compartilhados por dois ou mais países. O Brasil compartilha cerca de 82 rios com os países vizinhos, incluindo importantes bacias como a do Amazonas e a do Prata, além de compartilhar os sistemas de aquíferos Guarani e Amazonas. As principais bacias hidrográficas - Amazônica, Tocantins, Platina (Paraná, Paraguai e Uruguai) e São Francisco - cobrem 80 % da superfície do território nacional. 

O Brasil concentra cerca de 12 % da água doce disponível no planeta. Grande parte desse recurso é destinado à agricultura, para irrigação de lavouras, geração de energia por meio de termelétricas e à indústria. Apesar da abundância de água doce em território nacional, esse bem está distribuído irregularmente por todo território brasileiro. A bacia Amazônica concentra 75 % da água do Brasil, e apenas 7,6 % da população habitar essa região.

Em áreas mais populosas e urbanizadas, como regiões metropolitanas no sudeste do país, a mesma fonte hídrica costuma ser destinada a diferentes usos, o que leva à debates quanto à quantidade e qualidade da água. O abastecimento de grandes cidades, portanto, é um grande desafio para o país, visto que a elevada densidade populacional leva à elevada demanda por recursos hídricos, os quais frequentemente são afetados pela poluição desses centros urbanos.

Associada a esse contraste entre a distribuição de água e a densidade populacional, estão as perdas ao longo da distribuição. Estima-se que entre 30 e 60 % da água destinada ao consumo seja desperdiçada entre a saída dos reservatórios e o consumidor final. Essas perdas estão associadas a vazamento, ligações irregulares, falta de medição ou medição incorreta e roubos. O desperdício observado é mais relevante em regiões como norte e nordeste, conforme apresentado na Figura  a seguir, ficando acima da média nacional de 39,2 %.

Logo, é extremamente importante acabar com o desperdício de água. A água é um recurso natural essencial para a vida na Terra, e é cada vez mais escassa em muitas partes do mundo. Além disso, a água potável é necessária para a saúde humana e para diversas atividades, desde a agricultura até a indústria.

O desperdício de água é uma das principais causas da escassez de água em muitas regiões. Quando a água é desperdiçada, ela não está disponível para outras pessoas ou para outros usos importantes. Além disso, o tratamento e distribuição da água consomem muita energia e recursos naturais, e o desperdício de água aumenta esses custos.

Existem muitas maneiras de reduzir o desperdício de água, desde pequenas mudanças de hábitos em casa, como fechar a torneira enquanto escova os dentes, até grandes iniciativas de conservação de água em nível comunitário. Ao reduzir o desperdício de água, podemos preservar esse recurso vital para as gerações futuras e garantir que todos tenham acesso a água limpa e potável.